8.11.16

9 anos, 9 receitas (e uma playlist)

9 anos, 9 receitas

Uma escolha é sempre feita ao sabor das vontades daquele momento. Ligo a música e sento-me para encontrar 9 receitas que possam sintetizar a minha cozinha ao longo destes nove anos de blog. Tarefa impossível. Apago e volto a escrever, como se escolher umas em detrimento de outras fosse uma quase traição... Ganham as doces ou as salgadas, as fáceis ou as difíceis, as mais recentes ou as que já fazem parte da memória? Vence apenas o desejo de as voltar a cozinhar, comer, partilhar. São a mistura fina de um salto aos arquivos, à boleia de muitas histórias e tantas vezes em boa companhia. Aqui as deixo, com um agradecimento por me lerem!

Tartines de cenouras e hummus de pimento assado
Brownies de cerveja preta com nozes e chocolate branco
Clafoutis de damascos (com pistácios)
Massada de lulas e marisco
Sopa de espargos e ovo escalfado
Crumble de Ruibarbo e Morangos
Beringelas grelhadas com puré de grão e Harissa
Strudel de perâ, amêndoa e mirtilos
Salada quente de abóbora, acelgas e Feta

(Na viagem das memórias dei por mim a encontrar referências múltiplas à música que tocava na cozinha na altura e que aqui mudava todas as semanas. Foram as couves de Bruxelas ao som de Fausto, a fritata nas palavras cantadas do Rui Veloso, uma salada morna na voz de Bebel Gilberto... A grafonola que sempre teve lugar cativo na barra lateral ganhou pó. Até agora. Sem promessas, fica o compromisso de uma playlist para cozinhar no ínicio de cada mês. E Novembro já vai lançado.)




playlist My Kitchen Tunes #1

Se houvesse um critério, para além do impulso do momento, podia ser descrito na crença de usar "algo novo, algo velho, algo emprestado, algo azul" para iniciar uma etapa de vida, agora no Spotify. De novo, as músicas recentes dos The Divine Comedy e do Senhor Leonard Cohen e velhas são as afinidades com Belle & Sebastian e com Rufus Wainwright. Como empréstimo, o sempre genial David Bowie aqui na voz do improvável Michael C. Hall e em formato musical. Já azul é a capa dos The Killers, outros velhos favoritos. Por lá encontram também as vozes das lindas Norah Jones, Silvia Pérez Cruz e Márcia, a irreverência de St. Vincent ou a escolha num ímpeto da Sia, a provocação de Bob Dylan ou a desconhecida Camille.

Eclética ou grande misturada, o melhor é ouvir. Ou não!